ACIMA DAS NUVENS – Clouds of Sils Maria

Cartaz do filme ACIMA DAS NUVENS – Clouds of Sils Maria
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Opinião

A primeira coisa que me veio à cabeça ao ver Juliette Binoche na telona foi um outro filme seu, Cópia Fiel, que lhe rendeu o prêmio em Cannes. Em ambos, realidade e ficção, verdade e imaginação se misturam e ficamos sem saber em que ponto ela é Juliette Binoche, em que ponto é a personagem. São contextos diferentes, é verdade. Mas é interessante essa reflexão sobre realidade e ficção no cinema, ainda mais para atrizes tão versáteis e tão presentes como ela.

Juliette Binoche (também em Camille Claudel 1915, Horas de Verão, Paris, O Paciente Inglês) está em cartaz com outro filme, o norueguês Mil Vezes Boa Noite, em que também é uma artista, desta vez da fotografia. Em Acimas das Nuvens, ela é Maria Enders, uma famosa atriz convidada para atuar na mesma peça que a deixou famosa 20 anos antes, mas agora no papel da personagem mais velha, Helena. Uma atriz mais jovem assume Sigrid (Chloë Grace Moretz, também em Carrie, A Estranha, Se Eu Ficar, A Invenção de Hugo Cabret), que é a queridinha de Hollywood no momento. Isso faz Maria pensar sobre a passagem do tempo, seu envelhecimento, sentimentos de posse e sobre o fato de todos nós sermos substituíveis.

Junto com sua assistente (Kristen Stewart, também em A Estrada), Maria retoma questões do passado e aqui o diálogo é importante. Para quem não curte muito filmes reflexivos, em que os conflitos não são explícitos, em que é preciso ler nas entrelinhas, melhor garimpar outras opções no cinema (e há para todos os gostos). Acima das Nuvens tem a cara de filme de festival, é para pensar e dá pano pra manga. Fiquei surpresa com a grande quantidade de salas exibindo o filme. Isso é bom. Sinal de que o espectador está sendo mais generoso com produções complexas, que não entregam soluções, que suscitam a reflexão e que saem do comum. Para quem gosta da atriz, é um prato cheio.

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