JEUNES MÈRES

Opinião
“Nosso interesse principal está nos personagens, na sua presença e na conexão que é feita com o espectador”, diz Luc Dardenne, sobre seu filme JEUNES MÈRES, na última coletiva de imprensa do Festival de Cannes. Realismo e observação são as marcas registradas do cinema dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, presentes do começo ao fim deste bonito filme sobre jovens mães que se encontram na maternidade precoce e muito desafiadora.
Preocupados sempre em tratar de questões humanas que acometem as diversas camadas da sociedade, os Dardenne se atêm desta vez nas adolescentes que engravidam jovens demais. Diante do preconceito, do abandono paterno e da falta de estrutura familiar, o centro de acolhimento passa a ser uma rede de apoio fundamental, que dará a elas o suporte por 18 meses, com o acompanhamento necessário para seguirem em frente.
A temática é universal e por isso seu cinema traz uma identificação neste recorte que registra visões de mundo capazes de gerar empatia no espectador. Pensando na distância entre os serviços públicos belga e brasileiro, é difícil identificar-se com a realidade tão bem assistida das personagens. Mas os Dardenne retratam aquilo que conhecem e isso não é demérito. Preocupados com o ser humano, criam a empatia por este ponto de vista. O que pode parecer um recorte ingênuo considerando a nossa realidade brasileira, aos olhos dos europeus é visto como um registro otimista.
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