O MILAGRE – THE WONDER

Opinião
O MILAGRE, do chileno Sebastián Lelio, foi o filme analisado e discutido no Cine Garimpo Encontros de dezembro e fecha o ano com chave de ouro. Lelio também é diretor de UMA MULHER FANTÁSTICA, DESOBEDIÊNCIA e GLORIA — o que reforça seu talento em desenvolver personagens femininas complexas e impactantes.
Depois das trocas e reflexões, acompanhe aqui meu raciocínio a partir da história da enfermeira inglesa que é convocada pra atestar que é milagre o fato de uma menina sobreviver mesmo fazendo jejum por 4 meses. Isso na Irlanda católica de 1862.
Parece distante, mas a narrativa tem muito mais a ver conosco do que parece. A quebra da 4ª parede (personagem fala com o espectador olhando pra câmera) prova isso: nos aproxima e não nos deixa esquecer que construímos narrativas a partir das nossas crenças e interesses, mas q temos livre arbítrio pra acreditar no que quisermos (hello, fake news!).
O embate entre ciência/conhecimento e religião é inevitável qdo o fanatismo fala mais alto e parte pra ignorância — algo q sempre existiu e faz o mundo ficar mais perigoso; é milagre pra quem?
Estamos sempre criando novas narrativas pra nossas vidas pra pertencer, sobreviver, superar, nos adaptar; estamos livres ou presos (“in or out”) nas personagens q criamos pra nós; atenção ao reforço que damos a comportamentos tóxicos (machistas, por exemplo), por puro mau hábito ou desconhecimento.
Ficção (cenário) e realidade (fatos) dependem assumem seus papéis dependendo de quem, quando, onde, pq se observa aquela situação (abertura e fechamento do filme); histórias nos definem, então é melhor saber escolher em q história acreditar; faça escolhas conscientes!
Fique de olho em Florence Pugh; ela vai dar o que falar!
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