A SORTE EM SUAS MÃOS – La Suerte en tus manos

Cartaz do filme A SORTE EM SUAS MÃOS – La Suerte en tus manos

Opinião

A Sorte em Suas Mãos abriu o 17º Festival de Cinema Judaico de São Paulo deste ano. Gostei da escolha por três simples motivos. Primeiro porque é um filme leve e casual, que inclusive vai entrar em circuito comercial dia 23 de agosto  – isso aproxima o público dos festivais e desmistifica o fator “complexidade” das mostras de cinema – afinal, A Sorte em Suas Mãos é o que se chama de ‘comédia romântica’. Segundo porque o diretor mantém o humor sutil, inteligente e muito particular da relações humanas, presente também em Dois Irmãos e  Ninho Vazio – embora esses sejam mais reflexivos, para não falar de A Memória de Quem Fica – J18, sobre o atentado à sede da Associação Mutual Israelita Argentina em 1994, que tem outro tom. E terceiro porque é de Daniel Burman, um cineasta sensível às questões que falam das relações da família, dos casais e do povo israelense. E fala bem, merece ser visto.

Bastam esses motivos para você ir ao cinema bem acompanhado. Não que o filme seja algo espetacular, não é isso. Mas cumpre seu papel que é divertir e fazer o espectador se identificar com os personagens de Gloria (Valeria Bertuccelli, também em Viúvas) e Uriel (Jorge Drexler, craque em trilha sonora, em seu primeiro trabalho como ator). E a gente se identifica mesmo, até porque os atores têm uma liga muito boa. Gloria não consegue manter um relacionamento estável, não se encanta com seus namorados e acaba de dispensar mais um. Sempre que isso acontece, lembra de uma antigo namorado, um tal de Uriel, de quem não sabe o paradeiro. Uriel, por sua vez, é divorciado, tem dois filhos, adora jogar poker e leva uma vida morna, sem brilho. Até que se reencontram e os planos de não-comprometimento vão por água abaixo.

Gostoso de ver – e isso é o que muitas vezes está em primeiro plano quando escolhemos o que assistir no cinema. E ainda tem a atriz Norma Aleandro no papel da mãe de Gloria (é ela quem faz a noiva de O Filho da Noiva, com Ricardo Darín), que tem tiradas ótimas. Essencialmente, Burman costura bem o enredo e dá graça às dificuldades do casamento e do relacionamento entre mãe e filha. Adoro cinema argentino!

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