AS FLORES DE KIRKUK – The Flowers of Kirkuk

Cartaz do filme AS FLORES DE KIRKUK – The Flowers of Kirkuk
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Opinião

Em tempos de Primavera Árabe, o filme As Flores de Kirkuk cai como uma luva. Ainda mais falando em Iraque, um país pouco explorado no cinema. Pelo menos no cinema que chega para nós, brasileiros. Muitas vezes, é nas mostras de cinema árabe que temos a oportunidade de assistir a filmes que retratam essa realidade. O que tem acontecido é que as notícias chegam pela mídia impressa, eletrônica, televisiva, em tempo real, mas sem romance no pacote.

O filme do diretor iraniano Fariborz Kamkari, de origem curda, retoma um período sombrio da história iraquiana, em que Saddam Hussein ordena o massacre de mais de 200 mil curdos. De 2003, quando o ditador é deposto, o filme volta à década de 80, quando o poder militar de Saddam e sua ideologia de limpeza étnica foi cruel e implacável. A história é contada através da vida da jovem médica iraquiana Najla, que estuda na Itália, apaixona-se por um colega curdo e volta para o Iraque à procura do namorado quando ele se junta às forças de resistências contra o regime. Contrariando todas as regras sociais e políticas que obrigam as mulheres a obedecer aos homens, seguir as regras do clã familiar e da educação iraquiana e casar-se, Najla decide engajar-se na luta a favor dos curdos, atuando na clandestinidade e como informante.

Como pano de fundo, é bem interessante. Um momento cruel da história de um país complicado. Tem uma dose um pouco exagerada de melodrama, inclusive representado pelas flores de Kirkur, cidade palco da trama, que dão o título da obra. As flores são a antítese do regime violento e terrorista, a representação da possibilidade de mudança, de esperança. Uma antítese da aridez da região e das relações. Talvez o drama todo faça parte do contexto, mas filmes assim, que mostram esse tipo de conflito de amor impossível, genocídio, rivalidades religiosas, extremismo na região do Oriente Médio, sempre me fazem lembrar de Incêndios, que tem um roteiro espetacular e uma narrativa extremamente dramática, porém prescinde do  melodrama. Mesmo assim, As Flores de Kirkuk é interessante e importante enquanto registro histórico e humanitário. E ajuda a juntar os cacos da confusão iraquiana instalada até hoje e que ainda não apresenta luz no fim do túnel.

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