AUGUSTINE

Cartaz do filme AUGUSTINE
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Opinião

Augustine trabalha como doméstica em uma casa, quando sofre convulsões. Internada no hospital Salpêtriere, de Paris, integra uma legião de mulheres que sofrem de algum mal neurológico que, diagnosticado ou não, é considerado histeria. Em meio a tantas, uma é escolhida pelo professor Jean-Martin Charcot para ser seu objeto de estudo perante a academia médica francesa. Mas nem tudo é tão objetivo assim.

Em pelo fim do século 19, a ambientação hospitalar é impecável. Li que não foi preciso adaptar o Hospital de Salpetrière, de Paris, aos modos daquele tempo. A própria arquitetura fala por si só e já faz o transporte do tempo. Confesso que essa é um dos aspectos de que mais gosto, a viagem pelas épocas e costumes. Vale dizer que hoje o local é um centro de saúde importantíssimo na capital francesa – para onde foi encaminhada a princesa Diana após o acidente fatal.

No entanto, seus corredores lindos e gelados ganham vida e emoção quando Charcot (Vincent Lindon, também em Tudo o Que Desejamos, Bem-Vindo, Mademoiselle Chambon, Tudo Por Ela), médico e cientista renomado, considerado o pai da neurologia moderna (foi professor de Freud, mas isso o filme não conta) ultrapassa os limites da ciência. Augustine (Soko) é escolhida para fazer parte de uma pesquisa sobre histeria, com tratamento através da hipnose. De vítima, que tem o corpo paralisado, tive a impressão que, aos poucos, ela vai se tornando dona da situação, manipulando Charcot para que ele realmente passe dos limites.

Bonito plasticamente (veja o trailer), é rico em detalhes precisos, embora possa ser lento demais para algumas pessoas. Faltou contextualizar na época, dar mais importância ao teor médico e científico. Teria sido interessante saber que dessas experiências saíram estudos e conclusões sobre epilepsia, AVC e outras patologias neurológicas. Embora aberto, gosto do desfecho. É como uma pincelada, aguçando ainda mais a dúvida sobre o comportamento de Augustine – que, diga-se de passagem, faz seu papel muito bem. 

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