CARTAS PARA UM LADRÃO DE LIVROS

Cartaz do filme CARTAS PARA UM LADRÃO DE LIVROS

Opinião

A história em si é quase inacreditável. Ele rouba livros raros, obras de valor histórico, faz dinheiro, circula no meio de gente rica, famosa e influente, participa de leilões de arte mundo afora – é impressionante. Mas o que chama mais atenção é o desdém, a ousadia. Laéssio, o ladrão de livros que já passou mais de dez anos preso em São Paulo e no Rio, não está nem aí pro patrimônio público, pra falta de respeito, pra sociedade, pra ninguém. É aí que fica o maior recado.

Feito com base na correspondência trocada entre os diretores deste documentário e Laéssio, o filme poderia até reforçar a máxima de que a oportunidade faz o ladrão – comprova a fragilidade da segurança das nossas instituições culturais.

Mas ficar só nisso é dizer que o oportunismo é inteligente. Laéssio é dissimulado – e os diretores deixam isso muito transparente. Articulado, prepotente e cara de pau. Ri na nossa cara. Uma vergonha, um esquema de comércio ilegal como qualquer outro: só tem quem roube, porque tem quem compre. Ou vice-versa? Quem é que está na outra ponta, negociando obras roubadas? Fica a interrogação, é via de mão dupla, como todos os esquemas que temos visto por aqui.

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