CHICO XAVIER

Cartaz do filme CHICO XAVIER

Opinião

“Deus nos concede a cada dia uma página de vida nova no livro

do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.”

Chico Xavier

Contar a história de alguém é sempre um risco. Difícil ser imparcial e retratar os fatos sem julgamento. A imparcialidade depende do olhar de quem dirige a câmera e o elenco, e dela depende a credibilidade do filme. Digo isso logo de cara porque a primeira sensação que me passou foi justamente essa: o filme não pretende vender a uma imagem salvadora de Francisco Xavier ou defender o espiritismo, e sim contar a história do médium brasileiro.

E de fato tem história para contar. Acredite ou não (e mesmo que a resposta a essa indagação seja negativa, é sempre muito interessante conhecer as diversas crenças que movem tantas vidas e tantas questões, independente de nossas convicções pessoais), os números em torno de médium são impressionantes: psicografou cerca de 10 mil cartas de mortos para suas famílias, além de mais de 400 livros, dos quais nunca reivindicou a autoria, doando a receita da venda a instituições de caridade.

Não é pouca coisa. O filme foi lançado justamente no dia da comemoração do seu centenário e conta a sua trajetória desde a infância na pequena Pedro Leopoldo, em Minas Gerais. Mas não mantém uma narrativa linear, o que dá ritmo ao filme, intercalando suas visões ainda na infância e a entrevista que deu para o programa Pinga Fogo, na TV Tupi em 1971; sua juventude cheia de dúvidas e sofrimento, o assédio de muitos à procura da cura e do conforto vindo do além e as referências ao líder espiritual Emanuel.

Bem construído e com boa fotografia, Daniel Filho consegue entreter. Quando exibe as imagens reais de Chico Xavier sendo entrevistado no tal programa é que se nota a semelhança física e a ótima atuação de Nélson Xavier (que representa o médium na sua terceira fase). Gosto também da história paralela que corre sobre a família que perde um filho. Ilustra bem a crença e a descrença em torno da figura do médium espírita. E esse é o ponto rico do filme: conhecer os diferentes recursos espirituais onde se apoiar.

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