CLOSER – PERTO DEMAIS – Closer

Cartaz do filme CLOSER – PERTO DEMAIS – Closer

Opinião

“Por que o amor nunca é suficiente?”

São muitas as colocações controversas, fortes, contundentes. Mas perguntar por que o amor não é suficiente para que um relacionamento seja duradouro, respeitoso, saudável e fiel é, para dizer o mínimo, perturbador. Como assim não basta? Então não pode ser amor. Depois de rever Closer, ficou claro que a principal proposição do diretor Mike Nichols é nos fazer essa pergunta e nos fazer refletir diante desse mundo imediatista, virtual e impaciente em que vivemos.

Closer – Perto Demais conta a história de quatro personagens, numa narrativa só. A stripper americana Alice (Natalie Portaman, também em Cisne Negro, Nova York, Eu Te Amo), a insegura fotógrafa Anna (Julia Roberts, também em Comer, Rezar, Amar), do escritor frustrado Dan (Jude Law) e o médico pervertido Larry (Clive Owen) entrelaçam suas vidas de uma maneira tal que parece que se tornam dependentes das decisões do outro para seguir adiante, que querem tudo e nada ao mesmo tempo, que se parecem nas suas próprias incertezas e infantilidades, que valorizam o estranho. Do lado de cá, fiquei com a sensação os personagens estão perto demais para conseguir separar o que é deles mesmos, o que é do outro. Aflitivo pensar obre isso, sobretudo considerando a era da imagem em que vivemos, da aproximação inevitável pela internet, pelas comunicações, pela valorização do ter e do prazer.

Com a linda trilha sonora de fundo (principalmente a canção The Blowers Daughter, de Damien Rice), Anna e Dan são o lado fraco, vulnerável; gosto mais dos personagens Alice e Larry. São fortes e ao menos coerentes – a atuação brilhante lhes rendeu o Globo de Ouro pelo papel. Eu diria ainda que Alice é quem instiga, tumultua; que seu estilo camaleoa faz pairar ainda mais a pergunta sobre o amor. Ou seriam vários amores, ou nenhum, ou aquele que convém? Closer é um perigoso e inteligente retrato de relações perturbadas. Descartáveis.

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