CULPA – The Guilty

Cartaz do filme CULPA – The Guilty

Opinião

Por Suzana Vidigal

Alguma coisa aconteceu com policial Asger pra ele estar confinado ao atendimento do serviço de emergência. Acostumado ao trabalho das ruas, atende chamadas com um visível impaciência – e, até, descaso. Até que atende a ligação de uma mulher que está sendo sequestrada – e a obsessão por resolver o caso faz o filme Culpa, de um homem só e um cenário só, acontecer.

Culpa é todo filmado dentro da claustrofóbica sala do call center da emergência de Copenhagen. A câmera não sai de lá, não temos o rosto de mais ninguém, nenhum outro cenário. Apesar disso, a construção do drama é minuciosa, os diálogos inteligentes para imaginarmos as imagens, a trilha sonora precisa para construir a atmosfera do que está rolando no mundo real. Sensibilidade ímpar. Trabalha com o essencial. Enxuto.

Do diretor Gustav Möller, seu primeiro longa chega talentoso na pele do ator Jakob Cedergren, também em Submarino e Tristeza e Alegria – ambos filmes em que a solidão é, também, um personagem. O título Culpa aplica-se a Asger, claro, mas também se alastra pela vida dos outros personagens, cada um com sua carga. Apesar dos poucos recursos usados, Möller vai revelando aos poucos a história de cada um deles, mantendo o suspense até o final, num desfecho surpreendente que qualquer informação a mais entraria na prateleira do estraga-prazer. Tem que ver.

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