DEMÔNIO DE NEON – The Neon Demon

Cartaz do filme DEMÔNIO DE NEON – The Neon Demon

Opinião

Não transito bem com essa questão da ditadura da beleza. Nunca entendi esse panorama dos cabelos iguais, do desejo de corpos perfeitos, do espelhamento – e frustração – que o mundo fashion produz. Ultimamente têm surgido tendências mais interessantes, que apontam para a moda inteligente, do aproveita-o-que-você-tem, do peça-emprestado, do use-mais-de-uma-vez (pro vestido de festa). Bem melhor, aí me agrada. Demônio de Neon é indigesto neste sentido: fala da guerra entre modelos para conseguir um lugar ao sol, mas vai pro extremo. Quando ameaçadas, são capazes de comer a outra viva. Literalmente.

Vampiresco e totalmente surreal, Demônio de Neon é até agressivo. Gelado, misterioso, cheio de suspense. O mínimo de afetividade vem da personagem de Elle Fanning (também em Babel, Ginger e Rosa, Super 8). Recém-chegada no mundo da moda, a jovem modelo do interior, que sonha em ser famosa e ganhar dinheiro na cidade grande, é recebida por uma agente aparentemente solícita e carinhosa, que a introduz no meio das mega-modelos e está instalado o salve-se quem puder.

Foi indicado à Palma de Ouro em Cannes e causou polêmica. Claro, tem uma pegada grotesca – mas, se você pensar metaforicamente (faça esse esforço, se conseguir), grotesca é a ditadura da estética que reina por aí.

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