ELYSIUM

Cartaz do filme ELYSIUM
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Opinião

Não é à toa que há uma preocupação geral com o futuro. A gente não consegue prever o tamanho do estrago que a Terra sofreu, muito menos suas reais consequências. A verdade é que a gente não consegue nem imaginar a possibilidade de as previsões mais sombrias de falta de recursos naturais virarem realidade. Será que a água potável do planeta vai realmente acabar?

Os cineastas tem carta branca para dar assas à imaginação, transformando nossas especulações em filme. Quando bem feito, como é o caso de Elysium, a coisa fica ainda mais sombria ainda. Dá até para se imaginar no ano de 2154. Resta saber onde você se encaixaria: se estaria no ambiente hostil, árido, miserável que sobrou da Terra, ou no promissor, impecável, hightech Elysium.

Segundo os atores  brasileiros desta superprodução, o diretor e roteirista Neill Blomkamp  não quis fazer previsão alguma (veja entrevista com os Wagner Moura e Alice Braga). Sua intenção era simplesmente levantar a pergunta que não quer calar: o que será de nós no futuro? Ou ainda: teremos futuro? Na leitura de Blomkamp, Elysium é uma estação espacial – vale dizer que os efeitos especiais do espaço  são incríveis – construída pelos habitantes terrestres abastados, que resolveram fugir quando perceberam que a coisa na Terra estava ficando preta. Literalmente, porque o que sobra são paisagens cinzas, um terreno árido, cidades devastadas, comandantes hostis e severos, cidadãos sem direito, oprimidos, miseráveis e excluídos. Além da falta de alimentos, habitação, saneamento básico, educação. Ou seja, um retrocesso e tragédia geral.

O panorama em Elysium é o oposto: a cor predominante é o branco, que vale como metáfora para um ambiente totalmente controlado, limpo, organizado, tecnológico. Fora o que já se imagina quando se fala em ficção científica no espaço, o mais impressionante é a avanço da ciência médica. Em todas as casas há uma maquina capaz de eliminar as células defeituosas, cancerígenas por exemplo, e curar o doente em segundos. A personagem de Judie Foster é quem comanda a estação espacial com mãos de ferro, determinando quem é cidadão de Elysium e deportando os foras da lei miseráveis que Spider, vivido por Wagner Moura (também em A Busca, Tropa de Elite 2, Carandiru) tenta infiltrar em Elysium, como Frey, na pele de Alice Braga (também em Na Estrada) e Max (Matt Damon, também em Compramos um Zoológico, 11 Homens e Um Segredo, Gênio Indomável, Invictus).

Vale seu ingresso, sem dúvida. É ficção cientifica de primeira qualidade, tem um bom ritmo de ação, com aquele deadline já esperado, mas nem por isso previsível. Inclusive, um bom programa em família, se você tiver filhos adolescentes. Rende conversa sobre o fim do mundo (veja lista sobre outros filmes do gênero) apocalipse, fim dos recursos naturais, imigração ilegal, desigualdade social, exclusão, privilégios. Bem atual. Aliás, dá para transportar as relações humanas que vemos nos filmes para hoje, mesmo com esse gap de quase 150 anos. Desigualdade social é o que não falta.

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