LULU, NUA E CRUA – Lulu Femme Nue

Cartaz do filme LULU, NUA E CRUA – Lulu Femme Nue

Opinião

Eis uma interessante – e emocionante – versão de Shirley Valentine (1989). Lembrei logo de cara dessa inglesa, que é hostilizada pelo marido, já não faz falta para os filhos, dedica-se em tempo integral para a família e afazeres de casa e ninguém reconhece o seu valor. Lulu (Karin Viard, também em A Família Bélier) é igual. Está acuada, diminuída e desvalorizada. Até que resolve virar a mesa e isso muda tudo.

Quem não viu Shirley Valentine, vale a pena assistir. Ela decide chutar o balde – e que chute certeiro. Pega um avião e vai para a Grécia. Com Lulu é parecido: ela vai fazer uma entrevista de emprego em outra cidade e resolve não voltar pra casa. O intuito é o mesmo – dar um tempo de tudo e de todos, sem planejar nada, simplesmente deixar rolar.

Pra quem acha que se trata de um ataque de revolta feminista, engana-se. Lulu, Nua e Crua – bom esse nome, porque pela primeira vez em anos ela se encontra com ela mesma – é uma viagem à individualidade perdida, à autoestima esquecida e à felicidade que ela nem lembrava mais que poderia sentir. Assim como Shirley, Lulu encontra pessoas importantes pelo caminho: um senhor superprotegido por seus irmãos, um garçonete infeliz e maltratada pela patroa e uma senhora com medo de morrer sozinha.

O filme fez uma bilheteria surpreendente na França para uma produção pequena (550 mil espectadores) e não acho que isso seja por acaso. Mexe com as pessoas, com essa busca pela valorização pessoal e pelos relacionamentos saudáveis e construtivos. Fora que a atriz Karin Viard é a alma da história e consegue falar direta e intimamente com o público feminino.

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