MAL DE FAMÍLIA – BAD SISTERS

Cartaz do filme MAL DE FAMÍLIA – BAD SISTERS

Opinião

Quem tem irmãs, tem tudo — inclusive pra dar conta de um cunhado indesejado. Não nessas proporções, porque as situações ficam penduradas no campo do improvável, mas BAD SISTERS, bem traduzido aqui como MAL DE FAMÍLIA, além de entregar uma ótima história, com ritmo superenvolvente, regada a humor ácido e forte sororidade, entrega personagens complexos representando questões importantes como a masculinidade tóxica, homofobia, gaslighting, abuso sexual, psicológico, moral e financeiro, relações homoafetivas, questões de raça e gênero. E romance, claro!

Quem viu “Big Little Lies” vai revisitar a sensação do pacto entre mulheres pela cumplicidade, como proteção contra um mal maior. Aqui, elas são as irmãs Eva, Grace, Ursula, Bibi e Beka. Cada uma tem suas encrencas e nós, espectadores, entramos na história no ponto em que John Paul, marido de Grace, é o causador de todas as dificuldades.

Além de marido agressor e um exemplo perfeito de perversão, atormenta a vida das cunhadas com uma maldade explícita. A série começa com a morte de JP, com o mistério sobre a identidade do assassino e a desconfiança de que as irmãs escondem o jogo.

Tudo isso pra dizer que quem investiga é a dupla de irmãos corretores, com quem JP fez seguro de vida. Pagar o sinistro significa a falência da empresa, de modo que as idas e vindas no tempo mostram a investigação e o desenho das personalidades. Repito: embora inverossímil muitas vezes, o humor ácido, a ironia e a representatividade da psique humana está bem colocada por aqui. Tão bem posta que flui que é uma beleza. Torcemos e queremos dar cabo nas situações com as quais nos identificamos (sim!).

É um mergulho profundo na mordaz narrativa do que somos capazes quando corremos perigo, na linda paisagem irlandesa, com elenco maravilhoso. É metafórico, mas é real. Se é que você me entende

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