MAR DE DENTRO

Cartaz do filme MAR DE DENTRO

Opinião

Singelo e delicado, Mar de Dentro é feminino e universal. Fala da mulher atual, cheia de camadas e possibilidades, inclusive a maternidade. Digo inclusive porque o filme aborda a maternidade como algo a mais – transformador, sim, mas não a única opção de realização feminina. O tabu de ser mãe, aqui, é algo que é trabalhado, que não faz parte da prioridade dessa mulher executiva, bem-sucedida, independente, livre.

Mar de Dentro navega dentro da alma feminina de Manuela, que tem um relacionamento, mas não depende dele; que ama a vida que leva e a maternidade entra sem pedir licença. É um recorte interessante nesse despertar do desejo de ser mãe, com seus desafios que fazem o amor brotar. Vai na linha do que vem sendo dito repetidamente na literatura e no cinema — vide os filmes Mães Paralelas, último Almodóvar, e A Filha Perdida, a adaptação da obra da Elena Ferrante, dirigido por Maggie Gyllenhaal: que instinto materno é uma construção social e que, pra muitas mulheres, ser mãe não é algo que está nos planos.

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