MISS FRANÇA – MISS

Cartaz do filme MISS FRANÇA – MISS

Opinião

O sonho de Alex sempre foi ser miss, mas Alex é um menino. Perde os pais, cresce em orfanatos e lares temporários, mas não perde seu sonho de vista. MISS FRANÇA conta a história dessa Cinderela improvável e é preciso olhar pro filme como quem lê um conto de fantasia.

Ruben Alves não quer ser realista, porque inclusive há vários incoerências no filme. O que o diretor faz é criar um tipo de história que mostra a inadequação de Alex, que se sente uma mulher em corpo masculino, em se inscrever em um concurso de miss, e a força do coletivo ao redor dela que impulsiona, incentiva e faz seu desejo se realizar.

Alex mora em uma pensão junto com uma travesti e imigrantes de origem indiana e africana, que a incentivam a se inscrever passando-se por mulher. Fala de amizade e camaradagem, com uma pitada de comédia ironizando o lado cafona dos concursos, que força a barra na construção de uma imagem que caiba na expectativa social, que se encaixe no padrão.

MISS FRANÇA fala da identidade de gênero de uma maneira leve, mas principalmente ingênua. Proposital — não carregar no melodrama ou vitimização é um opção interessante pra atingir mais gente, trazer o assunto pra pauta de outra maneira, tirar o tema da prateleira das temáticas trágicas, mas não menos importante. Válido e importante, porque também diversifica a origem do riso e da capacidade de colocar a coragem de se assumir com alegria. Sem falar que Alex, na pele do ator Alexandre Wetter, é uma beleza de miss.

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