MUNIQUE – Munich

Cartaz do filme MUNIQUE – Munich

Opinião

Steven Spielberg de novo. Quem, se não ele, poderia fazer este cinema com base em um episódio tão dramático da história do povo judeu? Assim como fez em A Lista de Schindler, o diretor dá a Munique uma dramaticidade incrível, sem perder a veracidade dos fatos e o seu fator documental importantíssimo. O filme é realmente imperdível e ótima dica inclusive para quem assistiu já há algum tempo. É bom rever. Os diálogos inteligentes, a direção e produção brilhantes dão ao filme um tom não de guerra física (embora seja um atentado atrás do outro), mas de guerra emocional, ideológica, profunda e infindável – se a intenção for vencer a qualquer custo. É um exercício de reflexão e um importante registro histórico de mais um episódio intolerante da guerra entre judeus e palestinos.

Na prática, o filme relata o ataque terrorista do grupo palestino Setembro Negro aos atletas da delegação israelense das Olimpíadas de Munique de 1972, transmitido ao vivo para o mundo todo, e a subsequente caça aos mandantes do crime em toda a Europa por agentes secretos do Mossad. Nas entrelinhas, discute a questão da violência que gera violência, do “olho por olho, dente por dente”, da importância da terra, do lar, das raízes para a formação e manutenção dos povos, da identidade nacional para a perpetuação da cultura; discute a questão da pátria enquanto família, mas o valor da família mesmo fora da pátria.

Tão marcante quanto a história do massacre e da perseguição aos criminosos árabes é o nível de devastação que se cria a partir da ordem da então primeira-ministra de Israel, Golda Mier, de matar os cabeças do Massacres de Munique, onde quer que estivessem. Agentes treinados para perder dua identidade e vingar o povo judeu, saem à procura deles e geram outro rastro de destruição. Nas Olimpíadas em que atletas judeus pisavam em solo alemão pela primeira vez depois de todo o horror do Holocausto, o que era para ser uma reafirmação de paz reforçou a ideia de que os problemas só mudam de palco e de atores. Pelo menos ainda não há sinais de quando tudo isso vai acabar.

 

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