O REINO DA BELEZA| Le règne de la beauté

Cartaz do filme O REINO DA BELEZA| Le règne de la beauté

Opinião

Do diretor Denys Arcand, o que eu mais gosto é, sem dúvida, Invasões Bárbaras. Sobre muitos assuntos, tantos quantos cabem numa vida, mas essencialmente sobre a amizade que fica entre as pessoas que se amam e que se cativam com o passar dos anos, mesmo com as transformações inevitáveis por que passamos. É da prateleira dos imperdíveis. Quando aparece outro filme dele, as luzes se acendem e a expectativa é gigante.

O Reino da Beleza é vendido na sinopse comercial como uma história de um charmoso arquiteto que é casado com uma linda moça, parte numa viagem de trabalho e tem um caso extraconjugal. Mas não é bem assim – você precisa assistir pra ver. O que Arcand conta aqui é a história de pessoas que têm diferentes expectativas dos relacionamentos, assim como modelos de relacionamento diferentes. E tem ainda mais uma camada: como tais relacionamentos conversam com o que há de mais belo dentro dos padrões da beleza que criamos.

Poderia ser qualquer outra arte – a que Arcand escolhe é a arquitetura, no seu esplendor contemporâneo, elegante e aconchegante. Insere os relacionamentos  entre pessoas lindas e ricas dentro desse sonho de consumo. Fiquei instigada pelo desejo de consumir, não só as casas e paisagens, mas também as pessoas que compõem o quadro. Dá vontade mesmo. E da vontade vem a provocação do diretor sobre esse sonho do consumo da perfeição. Que tem data pra terminar, pra se transformar em outro sonho, outra casa, outro relacionamento quando for seu tempo de acabar, sem que isso provoque crises ou questionamentos. Filme pra ver de novo. Camadas demais.

 

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