PEQUENA GRANDE VIDA – DOWNSIZING

Cartaz do filme PEQUENA GRANDE VIDA – DOWNSIZING

Opinião

Que tal resolver o problema da superpopulação, da acúmulo de lixo, da escassez de recursos naturais diminuindo as pessoas? Assim, ocupa-se menos espaço, consume-se menos e o planeta está salvo da catástrofe. A vida fica mais fácil, muito mais barata e tudo dentro do previsto.

O título Pequena Grande Vida tenta dar o sentido que o original Downsizing carrega naturalmente, que é o da redução com qualidade, praticamente um enxugamento com todas as melhorias que o menos-é-mais carrega. O que o filme do diretor Alexander Payne, também de Nebraska e Os Descendentes, traz é a ironia – e ingenuidade – que se tem quando se pensa que é possível se ver livre das mazelas e falcatruas sociais, simplesmente mudando a forma. O conteúdo, já que é sempre feito por humanos, cai no mesmo padrão: da desigualdade, do privilégio, da avareza, com pitadas de idealismo e compaixão.

Cientistas suecos descobrem a fórmula para diminuir as pessoas e criar uma sociedade alternativa ideal. Visto de fora, a experiência é um sucesso e várias pessoas querem embarcar na jornada sem volta. Paul Safranek (Matt Damon, também em SuburbiconAlém da Vida) vive com a mulher e está louco para ter uma vida mais tranquila e mais barata. Resolvem ser voluntários no projeto que promete salvar o mundo e controlar a existência.

A primeira metade é boa – envolve nessa dualidade da solução radical, mas certa. Claro que a gente sabe que não tem fórmula mágica, mas no cinema tudo seria possível – e crível -, se a segunda metade fosse na mesma toada. É mais fraca – chega a ser piegas. Mas tem uma reflexão interessante que faz questionar a máxima da grama do vizinho ser sempre mais verde. É diferente, mas nem por isso mais verde.

 

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