RAINHA DE COPAS – QUEEN OF HEARTS

Cartaz do filme RAINHA DE COPAS – QUEEN OF HEARTS

Opinião

Com luz natural e ambientação real, Rainha de Copas fala de pessoas verdadeiras. Na frieza do casamento já morno e nas inquietações da meia idade, traz à tona a personalidade dissimulada, de um lado, o medo e a raiva, de outro. De impacto inevitável, rasga a alma dos personagens e invade o espectador com a mesma sensação devastadora, num cinema de altíssima qualidade.

Anne (Trine Dyrholm, também em A Comunidade) é uma advogada especializada em defender adolescentes e jovens que sofrem abuso, mora com o marido e as filhas gêmeas, até que o enteado chega da Suécia para viver com eles. A partir daí, os limites do respeito são ultrapassados em cascata, numa avalanche de revelações de personalidade que mudam o trajeto do filme.

Rainha de Copas é sobre gente dissimulada, sobre decisões erradas e irreparáveis, mas principalmente sobre consequências nefastas – assim com as provocadas pela rainha de copas, de Alice no País das Maravilhas, história que Anne lê para as filhas. Cabeças rolam, não importa se há razão para isso. Com desfecho aberto – como é comum nos densos filmes escandinavos -, entrega uma história dura, intensa e muito profunda sobre os relacionamentos abusivos que existem por trás de uma socialmente linda família.

** ATENÇÃO: Trailer tem spoilers, portanto quem quiser receber as surpresas que o filme traz, sugiro não assistir.

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