SEGUNDA CHANCE – En Chance Til

Cartaz do filme SEGUNDA CHANCE – En Chance Til

Opinião

Já não é de hoje que venho chamando a atenção para o cinema escandinavo, com destaque para o dinamarquês. Assim como o cinema argentino tem uma maneira toda particular de fazer recortes no estilo “comédia da vida privada”, os filmes dinamarqueses têm o dom, também todo particular, de retratar os “dramas da vida privada”. Ninguém mais faz isso como eles.

Fechando mais o foco, o nome que vêm à tona e brilha de forma singular é o de Susanne Bier. Também responsável pelo lindo Depois do Casamento, pelo impactante e inesquecível Em Um Mundo Melhor, que arrebatou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011, agora reina absoluta com Segunda Chance.
Ninguém sai ileso deste filme – o que é uma das características do cinema da Escandinávia. Ele vem numa linguagem simples, parece uma fotografia da realidade, os personagens parecem ser pessoas reais, num ambiente factível, num drama vivido por qualquer um de nós. É o inverso do pode-tudo de Hollywood. Não tem truque de luz ou de câmera, nem de maquiagem. Entrar na história e se sentir parte dela é algo que acontece naturalmente. Bier constrói o enredo com mais gestos e olhares do que com palavras; esmiúça os personagens com mais contextualização do que com explicações. Traz pra perto das mazelas humanas, por isso é tão profundo.
O drama aqui diz respeito a um lindo casal que sonhava em ter um filho; mas também diz respeito a um casal problemático que teve um filho por descuido e irresponsabilidade. Suas vidas se cruzam e as questões e aflições mais íntimas transbordam para a tela e vão atingir você em cheio. Quem não quiser um mergulho profundo, melhor não ver. Segunda Chance ficou ecoando na minha cabeça – e no meu coração de mãe – cada vez que as imagens vinham à tona. Susanne Bier arrasa mais uma vez.
Pra quem gosta do gênero, o Cine Garimpo tem uma lista de filmes escandinavos pra você mergulhar naqueles mares gelados e conturbados das relações humanas.

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