SYRIANA – A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO – Syriana

Cartaz do filme SYRIANA – A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO – Syriana

Opinião

Syriana é eletrizante, inteligente e confuso – o que me deixou um pouco ressabiada, porque acho que foi proposital. Fazer um filme sobre os bastidores da indústria do petróleo no Oriente Médio e suas ramificações geopolíticas e econômicas em vários continentes não tem nada de simples. O assunto é complexo mesmo e me parece que o diretor Stephen Gaghan não deu ponto sem nó. O filme terminou e fiquei com a sensação de que ninguém é inteiramente inocente, nem culpado – e que essa minha dúvida é quase que um personagem do filme. Os envolvidos pertencem à rede do negócio do petróleo, se confundem nos interesses e papéis. E salve-se quem puder!

Além do suspense do filme, achei muito interessante o roteiro (adaptado do livro do ex-agente da CIA, Robert Baers, vivido por George Clooney, também em Amor sem Escalas). Segue aquela fórmula de contar várias histórias paralelas, que depois se cruzam e dependem umas das outras para continuar. Os eixos são Clooney, que vive um ex-agente desconfiado do objetivo de suas missões no Oriente Médio e Matt Damon, que é Bryan, um analista especialista em energia, que recebe investimentos de um fictício príncipe árabe e passa a viver essa realidade de perto. Paralelamente está a história de um importante emir, cujo filho sucessor é um empecilho para os interesses americanos na região; da família de imigrantes paquistaneses que opta pelo fanatismo religioso e pelo terrorismo; e dos executivos envolvidos na fusão de duas empresas petrolíferas interessadas no território árabe.

Este é o quadro. Confuso? Também acho. Mas vale a pena ver, é muito interessante como filme de ação e como dinâmica de intrigas e interesses econômicos e geopolíticos. Não sei você, mas eu que lido com o mundo das letras, tão distante na prática e na teoria do mundo poderoso e sombrio do petróleo, da luta política por poder e dinheiro, dos terroristas internacionais, das ideologias e religiões que não se bicam, fico pensando que realmente estamos todos nas mãos de um bando de malucos assassinos. E pior, que são capazes de tudo, por cifras que não conseguimos nem mensurar.

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