TINTA BRUTA

Cartaz do filme TINTA BRUTA

Opinião

Tinta Bruta já rodou o mundo em festivais e tem mesmo um apelo global. Fala do jovem gay que encontra no mundo virtual uma via de comunicação, alguma aceitação quando a vida nua e crua está difícil demais. Faz performances eróticas no seu canal na internet e parece ser essa a sua única conexão com a vida. No mais, é apático, não forma vínculos e a depressão parece ser uma constante.

Pedro (Shico Menegat, em seu primeiro trabalho como ator), de codinome Garoto Neon pelas tintas fosforescentes com que pinta o corpo nas performances diante da webcam, está sendo processado por agressão, tem que lidar com a perda da companhia da irmã que vai morar em Salvador e não se relaciona com ninguém. Até que aparece outro garoto no mundo virtual, que copia sua ideia e com quem começa uma relação sexual e afetiva.

Tinta Bruta levou o Teddy Bear em Berlim, o prêmio máximo na categoria LGBTQ+. É pesado, também pela temática do isolamento de uma grande cidade, personificada, aqui, em Porto Alegre. Mas pode ser qualquer uma. Mas é principalmente bruto, como bem diz o título, trazendo uma tristeza profunda na figura do Pedro e de tudo que vem com as dificuldades próprias da juventude, da realidade sociopolítica do país e, claro, da diversidade, do não-pertencimento à uma vida dentro das expectativas da sociedade.

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