TROPICÁLIA

Cartaz do filme TROPICÁLIA
Direção:
Ano de lançamento:
País:
Gênero:
Estado de espírito:
Duração:

Opinião

Muito se falou de Tropicalismo no Festival de Gramado, por causa da exibição do filme Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now!. Na entrevista coletiva concedida pelo diretor Ninho Moraes e equipe, já nos avisaram que seu filme era um complemento de Tropicália, de Marcelo Machado. Pelo seguinte: enquanto Futuro do Pretérito é uma releitura livre e interpretativa do movimento dos anos 60, com toda a bagagem digital de hoje e o olhar crítico que temos do passado, o documentário de Machado é baseado em fatos, fotos, documentos, vídeos. É fruto de pesquisa de arquivo, documental mesmo. Muita coisa inédita. Portanto, é privilégio ter acesso aos dois em curto espaço de tempo.

Enquanto na criação de Ninho Moraes não temos a presença visual, nem depoimentos do grande percursor Caetano Veloso, em Tropicália é ele o expoente, ao lado, claro, de Gilberto Gil, Tom Zé, Rita Lee e seus Mutantes. “Naquela época, éramos verdadeiras esponjas… absorvíamos tudo!”, bem disse Gil. Era preciso mudar, criar algo novo, passar pela censura, perturbar o status quo – de preferência, sem serem perturbados.

Mas a música de protesto nem sempre passou batido pelos censores e Gil e Caetano foram passar uns anos no exílio (de 69 a 72). Aí vemos a produção em inglês de Caetano, o festival de Woodstock, a contracultura também efervescente no mundo todo, a guitarra elétrica invadindo a MPB e criando uma nova música, os Beatles. Gosto sempre de filmes que conseguem contextualizar um pensamento, movimento, o evento no contexto mais amplo do país e do mundo. Aqui, o Tropicalismo é contemporâneo do Cinema Novo, da obra “Torpicália” de Hélio Oiticica e da grande repressão à liberdade de ir e vir, do golpe de 64 e do AI5, em 1968.

Para ampliar ainda mais, recomendo assistir a outro documentário, também interessantíssimo sobre o mesmo período. Uma Noite em 67 mostra cenas incríveis dos festivais de música daquela época, com Chico Buarque, Roberto Carlos, Edu Lobo e tantos outros, que marcaram a cena cultural brasileira. Prato cheio, para quem viveu a época e para quem não viveu e quer conhecer um pouco mais.

Trailers

Comentários