ANTICRISTO – Antichrist

Cartaz do filme ANTICRISTO – Antichrist
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Opinião

 

“O sofrimento causa dor, e a dor aumenta ainda mais com o passar do tempo. (…) Do que você tem medo?”

Há algum tempo, um email me alertava que assistir a Anticristo não seria uma tarefa fácil. Faço minhas essas palavras. Não só não é fácil, como causa desconforto, repulsa e medo. Outra dificuldade foi enquadrá-lo em uma das categorias do Cine Garimpo. Não diria que é um filme de terror – como é divulgado na mídia. Para mim, filme de terror é aquele que pretende assustar, causar sobressaltos com seres inimagináveis. Desse terror, Anticristo não tem nada. Por isso impressiona tanto, por tratar de seres humanos, com questões humanas para resolver, por tratar de mentes conturbadas e descontroladas a ponto de cometer crimes bárbaros contra si próprio, mutilações, loucuras, em que o sexo e mente se fundem em uma fuga só. Sob esse ponto de visa, achei que “Para Pensar” seria a única classificação coerente. Fiquei realmente com o filme na cabeça.

No tocante ao “difícil” do filme, eu diria que ele todo é muito, mas muito intenso. Com exceção da primeira parte, chamada de “prólogo”. Filmada em preto e branco, introduz o tema do drama: uma criança que morre enquanto os pais fazem amor. Sem diálogos, com uma trilha de fundo religioso, em câmera lenta, a cena expõe toda a questão – mas já dá sinais de que o teor da que vem a seguir não será nada muito comum.

O depois, quando o marido terapeuta tenta tratar a mulher que sofre com a perda do filho, é dividido em “luto”, “dor”, “desespero”, “os três mendigos” e “epílogo”. Entra no crescente da loucura da mente humana que não consegue lidar com a culpa, com a perda, com a depressão, com o medo. Atinge níveis inimagináveis, que o diretor dinamarquês, Lars Von Trier, conta ser uma catarse do processo depressivo no qual se encontrava quando escreveu e dirigiu o filme. Deve ter sido mesmo, porque o filme exala dor, exala infelicidade, exala uma loucura sem limites. Daquelas que me fez, várias vezes, fechar os olhos, sentir repulsa, achar exagero. É o retrato do que somos todos nós por dentro, dúbios, culpados e incapazes de curar as feridas?

Considerado um dos melhores fillmes de 2009, Anticristo, para mim, passou um pouco do limite. Fiquei pensando no assunto, já que realmente gosto dessas produções alternativas, de diretores que saem do comum, que colocam nas telas figuras, formas, cenas do seu imaginário sem medo de parecer irreal. Mas, sinceramente, fiquei incomodada, acho que poderia ter passado a mesma ideia sem alguma cenas de mutilação, por exemplo. Se era para chocar, chocou mesmo. Quem for assistir, esteja preparado. A violência física e emocional é tremenda e não tem como não se incomodar. Uns poderão dizer que faz parte da natureza humana. É o argumento da personagem: que a natureza é o diabo. Essa visão do diretor fica realmente muito clara.

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