DANÇANDO NO ESCURO – Dancer in the dark

Cartaz do filme DANÇANDO NO ESCURO – Dancer in the dark
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Opinião

De justa, a vida não tem nada. DANÇANDO NO ESCURO é um filme desafiador por esse motivo em 1º lugar. Em 2º, desafia nossa capacidade de encarar (literalmente) uma câmera que treme, que oscila, que prescinde de recursos, como luz artificial, e que traz a vida nua e crua, como ela é — no formato e no conteúdo.

Isso porque segue os preceitos do Dogma 95, movimento de diretores dinamarqueses que questionava o cinema comercial nos anos 1990. A ideia era ser o mais fiel à realidade possível. Isso intensifica o impacto, na sua força visual, musical e na crueldade humana. Levou a Palma de Ouro em Cannes em 2000, e Björk, melhor atriz.

A cantora islandesa Björg é a estrela e sem ela não teríamos filme. Catherine Deneuve é mera coadjuvante. Björk é Selma, uma imigrante tcheca que vai para os EUA com o filho em busca da cura de uma doença degenerativa que a deixará cega em pouco tempo. Consegue emprego numa metalúrgica e mora num trailer que fica no fundo da casa de um casal, que gentilmente os acolheu.

A vida segue dura, mas Selma é otimista. Cinéfila, ama musicais e é neles que se refugia quando a realidade fica pesada demais. Mesmo com toda realidade da dramaturgia, cenas musicais imaginárias invadem a tela, com coreografias orquestradas e a voz impressionante de Björk dando um show. Então, prepare-se.

Até que a vida mostra sua faceta injusta e o filme tem uma virada espetacular. E trágica demais. Rever DANÇANDO NO ESCURO acerta nossa coração em cheio. Björg é tão magnífica e dá pra sentir na pele – e nos ouvidos – a intensidade do sofrimento.

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