BIRD BOX

Cartaz do filme BIRD BOX

Opinião

Também chamado por aqui de Às Cegas, o novo filme Bird Box, estrelado por Sandra Bullock, já é a produção original da Netflix de maior “bilheteria”, por assim dizer. Tem seu suspense, mas tem tantos lugares comuns que decepciona quando a gente sabe que quem está por trás é Susanne Bier, a grande diretora dinamarquesa responsável por dramas humanos densos e profundos como Em Um Mundo Melhor e Depois do Casamento.

O título Bird Box vem da caixa em que Malorie (Sandra Bullock, também em Gravidade, Tão Forte e Tão Perto) coloca alguns passarinhos que sobreviveram ao apocalipse, e seguem com ela até o final. Ao “olhar” para monstros invisíveis (se é que isso é possível), as pessoas desenvolvem instinto suicida e se matam em seguida. Só sobram no mundo aqueles que vedam os olhos e não vêem os monstros – que são mais uma energia do que monstros propriamente ditos. Isso já é meio estranho e não faz sentido – nem no mundo da fantasia. A luta pela sobrevivência começa e o drama da família-que-sobra segue até o desfecho – até que é interessante.

Susanne Bier sabe fazer muito, mas muito melhor. Parece um daqueles filmes que já têm tudo pré-determinado, sem brecha para deixar qualquer marca autoral ou dar um toque menos previsível. Ainda mais sabendo que Bird Box é bem parecido com o recém lançado Um Lugar Silencioso – em que a atriz Emily Blunt também sobrevive ao apocalipse, mas no seu caso os monstros (que “aparecem” de fato no filme) atacam quando ouvem sons. Portanto, o gatilho só muda de audição pra visão – uma troca de sentidos, com todo o resto do roteiro semelhante demais da conta. Um Lugar Silencioso é melhor.

Feito pra arrebatar plateia – e consegue -, Bird Box prende a atenção, mas depois de terminado vem a certeza do poder do marketing. Não sobra nada original – aqui, é tudo muito dentro da caixinha mesmo.

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