E AÍ… COMEU?

Cartaz do filme E AÍ… COMEU?

Opinião

“Nós somos Constantinopla; elas, os turcos.” – personagem de Marcos Palmeira

Um homem casado, três filhas pequenas, mulher bonita, moderna, inteligente. Casamento acomodado, distante, rotineiro. Um homem recém-separado, ainda apaixonado pela mulher, mas com vida empacada. Um homem solteiro, rico, baladeiro, mas solitário. É na mesa do bar que os três amigos se encontram e trocam suas experiências sobre mulheres. E aí… comeu? Parece que todos os dias termina nessa pergunta.

E é engraçado. Mesmo porque o roteiro de Marcelo Rubens Paiva delineou muito bem o perfil dos três personagens: um que tem um amor, mas está em crise (Marcos Palmeira); outro que ainda ama, mas não é mais amado (Fernando Mazzeo), e encanta-se com uma adolescente (Laura Neiva, também em À Deriva) ; outro que nunca amou (Emílio Orciollo). Isso rende diálogos divertidos, apimentados pela presença do garçom (Seu Jorge) e pelo andar de cada uma da carruagens.

Conversando com amigos, um deles outro dia disse que levaria sim um filho pré-adolescente para assistir ao filme. Eu não. Além da linguagem debochada e absolutamente escrachada, fala de questões de relacionamento que fogem dessa faixa etária. No fundo, todos querem se encontrar, se estabilizar e achar, finalmente, uma bela companheira. O sexo, é consequência. Acho que é por isso que não me incomodei com o conteúdo machista do filme. O título fica até irônico, vazio.

No fundo, eles sabem disso e o roteiro constrói isso com humor, sem melodramas e sem vulgaridade (acredite!). É parecido com De Pernas Pro Ar, com Ingrid Guimarães: fala de sexo o tempo todo, mas tem leveza, graça e principalmente muitas situações com que o público se identifica. Não é à toa que teve ótima bilheteria. Bem carioca, bem brasileiro. E divertido!

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