O SILÊNCIO DO CÉU – Era El Cielo

Cartaz do filme O SILÊNCIO DO CÉU – Era El Cielo

Opinião

A pergunta que não quer calar é sobre o silêncio. A princípio, o filme tem dois protagonistas: Diana, uma mulher misteriosa, assustada e com olhar distante; e Mario, um homem inseguro, cheio de medos, mas que demonstra uma vontade de compreender o que acontece. A princípio – e de maneira rasa – é isso. Um casal em crise, um casal que já não se vê no casamento.

A questão maior de todas é que o filme tem mais um protagonista – que, talvez, seja o mais importante. Sem ele, não teria história. “Meu personagem busca, o tempo todo, entender aquilo que não pode ser dito”, diz Leonardo Sbaraglia, ator também do episódio do motorista num dia de fúria em Relatos Selvagens, na entrevista coletiva. “O filme fala daquele silêncio que, muitas vezes, sepulta a relação do casal.” Essa é a essência do filme: personificar o silêncio, que impera nas relações já desgastadas, e funciona como causador do afastamento, do estranhamento e, depois, da indiferença.

Isso dito, vale a pena prestar atenção na ausência de trilha. Há um momento do filme em que Diana e Mario cantam Corcovado – o único em que a história remete ao passado, à sinergia entre eles, à relação que um dia existiu. Agora, Diana (Carolina Dieckmann, também em Entre Nós) e Mario passam pela crise, ela é estuprada (não é spoiler, está no trailer) e não fala nada para o marido. Só isso já é instigante – o que levaria uma mulher a fazer isso? O enredo segue com Mario destrinchando esse mistério e deixando claro quem é quem nessa história.

É um thriller, tem suspense, tem tensão. Constante. Nada é leve. E, confesso, que ainda me faço algumas perguntas. A certeza fica por conta do silêncio. É o protagonista.

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