Opinião

Não espere um filme com grandes emoções – embora a história tenha potencial para tanto. Trata-se basicamente de um momento crucial da vida de Marie, uma mulher aviadora e aventureira (Marion Cotillard, também em Piaf – Um Hino ao Amor, Nine, A Origem), que busca seu amante inglês, também piloto, cujo avião caiu em algum lugar do deserto do Saara francês. Estamos em 1933, temos cenário e história interessantes o suficiente para entreter e emocionar. Mas falta roteiro e o diretor se perde no foco. Uma pena.

Ora o centro da história é o conflito entre o comandante francês na Argélia e os nativos tuaregues, ora é a procura pessoal da personagem de Marie. Sendo um filme francês, achei que exploraria sua busca pessoal de forma apaixonada. De fato o faz, explora a linda paisagem, mas é um pouco arrastado, não empolga e o potencial do filme se perde na confusão do roteiro. Se você abstrair tudo isso e conseguir curtir a fotografia e a própria atuação de Marion Cottilard (que tem trabalhos brilhantes com em Piaf), tanto melhor. Ela é intensa e realmente tem uma boa história para contar. No final do filme, um letreiro dá a entender que o roteiro se baseia em fatos reais. Se assim for, fica mais interessante, mas nem por isso encobre essas falhas tão marcantes.