RHEINGOLD – O ROUBO DO SUCESSO

Cartaz do filme RHEINGOLD – O ROUBO DO SUCESSO

Opinião

RHEINGOLD é o nome da ópera do compositor alemão Richard Wagner e o termo fala do “ouro do Reno”, que na mitologia é aquele que concede vida plena e poder a quem o possui. Ao contar a história do rapper alemão Xatar, que é iraniano de origem curda e nasceu numa caverna quando os pais eram perseguidos pelos extremistas após a revolução islâmica, o ouro ganha importância no final. É o roubo do metal que vai mudar a história desse cara que tem uma trajetória de vida ímpar. Mas como uma boa história não garante um filme excelente, nem tudo reluz por aqui. Fatih Akin, diretor dos ótimos Em Pedaços e Soul Kitchen, peca onde a matéria-prima já brilharia naturalmente.

Baseado no livro autobiográfico de Giwar Hajabi, que depois adotou o nome artístico Xatar, Fatih Akin transita na zona de conforto e não dá um toque autoral à narrativa, tão presente em outros filmes. Conta uma história que já nasce diferente e daria margem a uma cinebiografia no mínimo inusitada. RHEINGOLD: O ROUBO DO SUCESSO poderia ter 20 minutos a menos e o diretor mistura estilos e escolhas que não formam um personagem único — temos a impressão de que estamos assistindo a três filmes em um. Tem superação de sobra nesse cara que vai contra o sistema, que se envolve com o crime, que retrata a cena imigrante na Alemanha permeada por preconceito e desfavorecimento, mas falta emoção.

É Xatar compõe seu primeiro hip-hop na prisão e de lá lança o CD que vai ser o degrau pra fama. Conhecer a sua história é sempre interessante do ponto de vista dessa linha tortuosa que leva ao sucesso e da arte que expressa aquilo que não conhecemos. Se não for com muita sede ao pote, será um ótimo entretenimento.

 

 

Trailers

Comentários