SUZUME

Cartaz do filme SUZUME

Opinião

Em 2001 a animação A Viagem de Chihiro (Spirited Away), de Hayao Miyazaki, levou o Urso de Ouro em Berlim e é claro que esta é uma referência quando assistimos a SUZUME.

Com duas horas de duração, não se vê o tempo passar. Típico filme japonês, como bem disse o diretor Makato Shinkai, SUZUME tem na linguagem do anime uma junção de narrativas. Inspirado na mitologia japonesa, é uma história de amor, um “coming of age” da adolescente que amadurece, uma aventura, um “road movie” pelo Japão. “Quis fazer um filme de entretenimento”, diz o diretor. “Ingresso de cinema é muito caro no Japão e eu não queria que os espectadores de arrependessem de terem pago o ingresso.”

Dificilmente se arrependerão. O filme conta a história da garota Suzume que perdeu a mãe há 12 anos no tsunami, foi criada pela tia e vive uma vida tranquila como qualquer adolescente. Até que um moço charmoso pede a ela uma informação sobre uma porta, ela vai procurar-lo em um local abandonado e se envolve numa aventura que muda tudo. Claro que é preciso embarcar nas cores e na narrativa da Suzume pra curtir esta jornada. Embora a ideia do diretor seja lembrar a tragédia de 12 anos atrás, ele quis mesmo contar uma boa história, com ideais universais e humanas, que falam com todos nós. Tem embutida na narrativa a fúria da natureza (os tais ‘eventos climáticos extremos’) como resposta ao que nós, humanos, fizemos com ela. Suzume amadurece, quebra padrões sendo ela a salvadora da pátria como mulher e ficamos com a certeza de que novos olhares serão fundamentais para cuidar do que nos resta no mundo diante do estrago já feito.

Se animação não é a sua praia, muito menos anime, este é um convite pra experimentar algo diferente.

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