Opinião

François Cluzet parece ser o ator francês da vez. Semana passado estreiou Até a Eternidade, em que ele vive Max, um sujeito rabugento e mal resolvido, que precisa repensar sua maneira de ver a vida. Em agosto, estará de volta com o filme Intocáveis. Os dois têm uma delicadeza incrível no que diz respeito à forma de tratar a amizade e a preciosa relação entre as pessoas.

Tudo em poucos dias, voltei atrás na sua filmografia, com Um Novo Caminho, também sobre as difíceis relações de família. Aqui Cluzet é um alcoólatra, que depois de colocar seu relacionamento com a mulher e o filho a perder, não tem outra opção senão se internar em uma clínica de reabilitação para dependentes de drogas e álcool. Não gosto de todos os personagens – alguns são inexpressivos, fracos. Mas o que interessa na vivência do personagem é o descobrimento que ele faz da sua própria pessoa, suas vontades e prazeres, e principalmente, poder de decisão. Algo como o que mostra O Casamento de Rachel, mas aqui o foco é o que se passa na clínica, enquanto no filme com Anne Hathaway o foco é a sua reinserção na sociedade e na família. Uma coisa caminha com a outra, são causa e consequência ao mesmo tempo. Interessantes leituras de mal tão comum.