VALENTIN

Cartaz do filme VALENTIN

Opinião

De novo um filme argentino que traz, na sua simplicidade, as relações humanas em primeiro plano. Valentin, o menino, me fez lembrar de imediato o Mauro, de O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias. Ambos são os narradores de sua própria história, relatam suas experiências familiares e como elas ocupam sua vida e são responsáveis pelas escolhas futuras. Valentin é um filme lindo, profundo e muito, mas muito simples. Deve ter sido por isso que gostei tanto. Afinal, não é nada fácil contar uma história tão corriqueira de uma maneira sensível como foi feito aqui.

Valentin tem 8 anos, sonha em ser astronauta, mora com a avó e tem pais separados. Sua mãe já não aparece para visitá-lo; seu pai, aparece às vezes, cada hora com uma namorada diferente. Apesar da relação amorosa com a avó (a ótima espanhola Carmem Maura), seu sonho é ter uma família normal, um pai e uma mãe para chamar de seus.

Não tem como não se emocionar. Achei a escolha do ator Rodrigo Noya muito boa e o texto dele, inteligente. Ele passa a ternura e a inocência da infância de uma maneira engraçada e espontânea, ao mesmo tempo em que transmite a determinação de realizar seu sonho. Que é seu – e de outras tantas crianças.

Dois detalhes técnicos curiosos: o pai de Valentin é representado pelo próprio diretor Alejandro Agresti e o filme é basicamente autobiográfico. No decorrer da história sabemos em que época estamos por passagens sutis: a morte de Che em 1967, o antissemitismo e a ditadura na Argentina – fatos que marcaram intensamente a vida do diretor. É o cinema mais uma vez no seu papel tão importante de perpetuar histórias de vida.

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