TRISTEZA E ALEGRIA – Sorrow and Joy

Cartaz do filme TRISTEZA E ALEGRIA – Sorrow and Joy
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Opinião

Este filme passou na Mostra do ano passado e, portanto, escrevi este texto naquela ocasião.


 

Ainda extremamente emocionada por Tristeza e Alegria, fui conversar com o diretor dinamarquês Nils Malmros, que está em São Paulo especialmente para a Mostra Internacional de Cinema. Ele tinha avisado, um pouco antes de começar o filme, que suas produções sempre falam de sua vida. Mas não fiz uma leitura literal. Achei que o que eu acabara de assistir era uma ficção, inspirada em alguns fatos reais, talvez. Não poderia ser verdade.

Quando me dei conta de que era uma história real, perguntei a ele se deveria alertar meus leitores para esse fato – ou se deveria guardar a surpresa. Aquele amável senhor me olhou nos olhos e disse: “Absolutely!”. Então, pasmem: Tristeza e Alegria é a história vivida pelo próprio diretor. “Você tem que avisar porque há fatos tão inacreditáveis que as pessoas acham que é ficção”, explica. “Eu só alterei os nomes porque não se trata de um documentário, mas aquele que você viu na tela sou eu e aquela é a minha mulher com quem estou casado, e feliz, há 30 anos.”

Portanto, dito isso, não estou estragando prazer nenhum. E ele tem razão. Apesar de eu ter o costume de não buscar muitas informações sobre o que assisto – para que meus olhos sejam mais isentos e que a emoção chegue mais genuína (seja ela qual for), ele tem razão quando diz que parece ficção. Johannes é um cineasta, casa-se Signe, uma professora emocionalmente instável, e uma tragédia muda suas vidas para sempre. Mas ao invés de se chamar somente Tristeza, o filme também inclui a Alegria – e aqui é que entra o inacreditável. “Como foi possível perdoar desta maneira”, perguntei a ele. “Não se trata de perdão, trata-se de amor, um amor verdadeiro que é capaz de se reinventar.” E ainda me disse, de novo me olhando firme: “Eu avisei que o filme não era fácil e eu só consegui reviver essa história 20 anos depois.”

Tristeza e Alegria briga pela vaga na seleta lista de filmes indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, junto com o argentino Relatos Selvagens, o sueco Força Maior e o brasileiro Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. É espetacular. E inacreditável. Mais inacreditável ainda foi ouvir Malmros me dar o seu depoimento. É o tipo de história que só é possível – embora tenha seu fator surreal fortíssimo – em uma sociedade civilizada como a dinamarquesa – quem me lembrou disso foi ele também nesse bate papo na sala do cinema. Assista ao filme e você entenderá o que eu estou dizendo. Essa surpresa eu não vou revelar!

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